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Notícias IF Farroupilha

Mulheres no comando - Confira entrevista com a Reitora sobre Dia da Mulher

Publicado em Quarta, 08 de Março de 2017, 19h33 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

Série de entrevistas com mulheres que estão à frente do Instituto Federal Farroupilha. Confira a primeira delas, com a reitora Carla Comerlato Jardim.

No Instituto Federal Farroupilha, temos servidoras que desempenham funções de gestão na Reitoria e nos campi, sendo responsáveis por liderar grandes equipes e por tomar decisões importantes sobre o desenvolvimento da instituição.

Para que essas mulheres sejam ainda mais conhecidas e valorizadas – já que as identidades precisam ser narradas para serem reconhecidas e, assim, respeitadas, durante este mês de março apresentamos uma série de entrevistas.

Você vai entender por que essas mulheres conquistaram papéis de destaque, o que significa para elas estar à frente de um cargo de gestão e se, na opinião delas, a questão de gênero influencia no ambiente de trabalho.

A primeira entrevista é com a dirigente máxima do nosso Instituto, a reitora Carla Comerlato Jardim.

A série "Mulheres no Comando" é uma das ações que compõem o especial Mês da Mulher no IFFar. 

 

 

Nome completo? 

Carla Comerlato Jardim

Data de posse do mandato? 

29/10/2012 e reconduzida em 19/11/2016

Função e campus antes de ser Reitora? 

Professora EBTT no Campus Alegrete. Fui docente de zootecnia, onde ingressei por concurso público em abril de 1992.

O que te motivou a se candidatar para assumir um cargo de gestão na instituição?

Minha motivação para exercer a função de reitora do IF Farroupilha se deve à relevância social e educacional que nossa instituição representa enquanto espaço de inclusão e profissionalização, contexto onde acredito contribuir liderando nossa comunidade acadêmica para que exerçamos efetivamente os objetivos e finalidades institucionais, com qualidade. Penso, ainda, que meu entusiasmo pelo trabalho e meu histórico de comprometimento com a educação profissional e tecnológica pública brasileira são fatores motivacionais importantes, pois, ocupando um cargo de gestão, posso atuar com mais protagonismo e interferir em defesa e pela consolidação da rede federal de EPT.

Quais os benefícios de ser mulher ao assumir um cargo de gestora? Quais os principais desafios?

Assumir cargos de alta gestão, na condição de mulher, é ocupar espaços historicamente destinados aos homens e contribuir com as lutas femininas pela igualdade de oportunidades, de condições de trabalho e de remuneração  entre homens e mulheres. O principal desafio é desconstruir, pelo trabalho e pela postura profissional, o preconceito de que atividades de gestão são melhor desempenhadas pelos homens.

Você já ouviu alguma frase machista a respeito de seu cargo profissional? Como você reagiu e/ou costuma reagir?

Foram muitas as vezes em que ouvi comentários que podem ser classificados como machistas. Diversas vezes, sofri consequências de ações machistas durante minha trajetória profissional. Minha reação depende do caráter  do ato machista: se é algo que é praticado sem má fé, por efeito do culturalismo machista histórico, tento conscientizar o praticante a desconstruir seu preconceito através do diálogo. Quando a ação machista é deliberada, carregada de intencionalidades, parto para o enfrentamento e para a responsabilização de quem a pratica.

Você acha que é mais fácil para um homem ocupar um cargo de gestão do que para uma mulher? Por quê?

Ocupar e bem desempenhar um cargo de alta gestão não é tarefa fácil para ninguém. A qualidade da liderança e das ações gestoras não têm qualquer relação com o gênero. É determinada pela qualificação, pela sensibilidade, pelo nível de comprometimento e dedicação, pela compreensão da relevância social, cultural e política do papel que se desempenha. Enfim, ser mulher, homem, homossexual, transgenênero ou qualquer outra expressão de gênero não torna a tarefa mais fácil. Penso que a única questão facilitadora nesse processo, em relação aos homens, é o fato de terem que enfrentar menos preconceito.

Em que exemplo(s) feminino(s) você se inspira para exercer sua função profissional? 

Existem algumas mulheres que me inspiram. Umas, pela coragem e espírito de luta: Eda Jardim, minha mãe, e Dilma Roussef, mulher torturada pela ditadura militar alçada à primeira mulher presidente do Brasil; sou fã de Zilda Arns pela devota militância em favor das crianças do mundo e de Cora Coralina pela poesia tardia. Mas é importante referenciar que também busco inspiração em grandes homens,  como Paulo Freire, Nelson Mandela, Mário Quintana e Chico Buarque, pois, como já mencionei, não acredito que o gênero tenha influência na qualidade do que se faz.

O que falta para mais mulheres conquistarem posições de destaque no mercado de trabalho? 

As limitações à igualdade entre homens e mulheres têm origem cultural em nossa sociedade. Assim, há que se dar continuidade às lutas femininas em curso há mais de um século. Neste contexto, a educação tem caráter fundamental: tratar das questões de gênero de forma democrática, transparente, consciente e ética nas escolas é imprescindível para que as mudanças aconteçam. Ter tal compreensão nas relações em família é tão importante quanto nas ações escolares: nossas filhas e filhos devem ser tratados de forma idêntica, sem a histórica segregação de papéis. Acredito que a educação é o caminho mais curto para que as mulheres possam, na prática, fazer valer o ditado: “lugar de mulher é onde ela quiser”!

Secom

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