Campus integra formação sobre escoamento superficial da água da chuva
Nos dias 3 e 4 de julho, servidores do Campus São Vicente do Sul participaram do curso de capacitação “Práticas de manejo e escoamento superficial”, realizado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Destinado a assistentes técnicos e produtores rurais, o evento contou com a apresentação de resultados de pesquisas, relatos de experiências e estações práticas com demonstrações experimentais de diversas instituições.
Na ocasião, uma das sessões foi ministrada pelo prof. Cleudson José Michelon, pesquisador da área de Ciência do Solo no IFFar e integrante do projeto de pesquisa “Estratégias de conservação de solo e de água em bacias rurais para a adaptação dos sistemas produtivos às mudanças climáticas”. A iniciativa, de caráter multi-institucional, reúne diversos subprojetos interligados e foi o eixo norteador da ação. Veja abaixo, no SAIBA MAIS.
A etapa demonstrativa foi conduzida por Cleudson José Michelon, em conjunto com José Eloir Denardin, pesquisador da Embrapa Trigo (Passo Fundo/RS). Utilizando um simulador de chuvas, o experimento teve como objetivo reproduzir os efeitos da cobertura do solo na formação do escoamento superficial, comparando duas situações de manejo da semeadura — ambas com elevada presença de palhada sobre o solo.
Na demonstração, pode-se observar que apenas a presença de palha cobrindo a superfície do solo não é suficiente para conter o escoamento superficial da água. Para um controle mais eficaz, é necessário adotar práticas conservacionistas complementares, como o terraceamento — técnica que consiste na construção de terraços com o objetivo de regular o volume de escoamento das águas pluviais em áreas inclinadas. Verificou-se, ainda, que a semeadura em contorno (perpendicular à declividade do terreno) apresenta melhores resultados na redução do escoamento superficial, quando comparada à semeadura no sentido da inclinação.
O prof. Cleudson explica que esse tipo de estudo ganhou grande relevância nos últimos anos no Rio Grande do Sul, em razão dos frequentes períodos de estiagem e dos eventos extremos de excesso de precipitação. Ele destaca a necessidade de adotar práticas de controle do escoamento superficial da água que favoreçam sua infiltração no solo. “Assim, haverá maior armazenamento de água no solo para os períodos de estiagem e menor risco de cheias em situações de precipitação extrema”, conclui.
SAIBA MAIS:
O projeto “Estratégias de conservação de solo e de água em bacias rurais para a adaptação dos sistemas produtivos às mudanças climáticas” conta com a participação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do Instituto Federal Farroupilha – Campus São Vicente do Sul (IFFar-SVS), da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) – Campus Cachoeira do Sul; da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS-Ascar), e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O financiamento é da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), por meio do Edital 06/2024 - Programa de Pesquisa e Desenvolvimento voltado a Desastres Climáticos.
A iniciativa reúne diversos subprojetos interligados e um deles está voltado à difusão de conhecimento e à capacitação de assistentes técnicos — vinculados a instituições públicas e privadas —, profissionais autônomos e produtores rurais em técnicas de manejo e controle do escoamento superficial da água. O curso realizado na semana passada foi a primeira fase – de 3 previstas - desenvolvida com esse propósito.


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